Irmã M. Agnes Shamba
Primeira Irmã de Congo
De pais modestos e católicos fervorosos, Irmã Maria-Agnes Shamba nasceu em uma família de nove filhos, quatro meninos e cinco meninas. Ela era a terceira da família e a filha mais velha. Após o ensino primário, continuou o seu ciclo de orientamento antes de realizar os estudos profissionais em corte e costura no centro vocacional para meninas Gécamines / Grupo Sul. Ao final de três anos de estudos profissionais, ela obteve o certificado. Imediatamente após seus estudos, começou a trabalhar como costureira, primeiro em casa e depois no convento das Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre.
De acordo com o testemunho de seu irmão mais novo, Paul, irmã M. Agnes era uma pessoa calma e tranquila, dotada de autocontrole, obediente, honesta com seus pais e com qualquer um que a conhecesse, limpa, discreta, não conflituosa e sem rancor, jovial. Às vezes ela era uma comediante. Seus valores a acompanharam por toda a sua vida.
Cristã devota, era membro da Legião de Maria/Júnior, daí a sua devoção à Virgem Maria. Como ela conheceu às Irmãs Pias Discípulas do Divino Mestre?
De sua vocação, o irmão disse que eles tinham uma avó chamada Agathe Mozwa, que trabalhava com as Pias Discípulas do Divino Mestre. Foi-lhe oferecido um emprego na comunidade das referidas irmãs, então vovó Agathe indicou sua neta, que era muito jovem na época e ela não hesitou em concordar em trabalhar com as irmãs na comunidade de Lubumbashi. Foi enquanto trabalhava com elas que sentiu o desejo de consagrar a sua vida ao Senhor, entrando na Congregação. Assim, depois de conversar com seus pais, de quem obteve o consentimento, fez seu pedido e foi recebida de braços abertos pelas irmãs.
Luigi Landoni, então pároco, sua mãe Agnes Balumiana e seu irmão mais novo Paul Shamba que nos dão este testemunho.
Irmã Maria Agnes tinha chegado à Itália para a formação em 1983. Em Lubumbashi, ela tinha vivido em comunidade com as irmãs antes de ir para a Itália, onde a Irmã Maria Lidia Marzotto, sua companheira de noviciado, recorda o seu sorriso, a sua simplicidade, a sua discrição, o seu senso de pertença e a sua fácil integração a ponto de se expressar com facilidade em italiano.
Enfatizamos aqui o aspecto atraente de sua personalidade que nos chamou a atenção: uma pessoa com um sorriso bonito, acolhedora, simples; tranquila, discreta, serena, harmoniosa, aberta, acessível; apaixonada e preocupada com o trabalho. Irmã Agnes estava preocupada com o futuro da delegação e trabalhou para o seu progresso (perpetuação do carisma). Ela era uma trabalhadora incansável, apaixonada pelo apostolado, por isso não suportava um trabalho que não fosse bem feito, colocava todo o seu coração nele. Defendia a unidade na diversidade, falava a verdade com respeito sem ferir os sentimentos dos outros.
No entanto, além destas qualidades do seu retrato moral, não podiam passar despercebidos muitos outros aspectos da sua vida no que diz respeito à vida comunitária e aos seus serviços, dos quais foi mais do que iniciadora, na vida prática do cumprimento da missão e de inserção em uma comunidade apostólica.
Diante das jovens em formação, a Irmã Maria Agnes ensinava mais pelo exemplo do que pela palavra, tanto que foi carinhosamente apelidada de “dada Agnes (irmã mais velha), maman Agnes, maman Mukubwa, que significa tia mais velha”.
Apegada à oração e à adoração do Santíssimo Sacramento, até que teve forças, depois, confinada à cama enquanto o seu corpo se deteriorava,
a Irmã contemplava o Divino Mestre na plenitude da sua fé e dela nunca se afastou. O seu ardente desejo de comunhão com o Corpo e o Sangue de Cristo iluminou sempre a sua vida. Sabendo sofrer em silêncio e com humildade na sua vulnerabilidade, transmitiu amor e seu sorriso nunca a abandonou. Simpática e sempre espirituosa, ela permaneceu generosa até seu último dia na terra.
Sendo a mais velha das mulheres congolesas, assumiu várias responsabilidades na Delegação Africana, incluindo: pastoral vocacional, formadora das aspirantes e pré-postulantes, assistente de postulantes e noviças, responsável do laboratório de alfaiataria, superiora das comunidades e conselheira da Delegação Africana.
Foi de Lubumbashi, onde era a superiora local, para a reunião do conselho da delegação, mas adoeceu no final da reunião, concluindo sua peregrinação a Kinshasa em 29/02/2012.
Irmã Maria Agnes, a primeira religiosa congolesa, o Senhor quis chamá-la de volta a si cedo demais! Rezamos por ela e ela intercede pela nossa Delegação e por toda a Congregação.
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Testemunho belo de vida de doação incansável, perseverante. Que ela interceda pela inteira Congregação.