Ir. M. Escolástica Yamano Misano
Yamano Misano nasceu em 1926 em Nagasaki, uma cidade do Japão, localizada na costa ocidental da ilha de Kyushu. Ela é a primeira de doze filhos nascidos da união entre Maria e Miguel, um casal cristão. A jovem nutria o desejo de consagra-se totalmente ao Senhor e recebe dos seus pais a permissão para aprofundar este desejo.
A Sociedade de São Paulo à qual pertencia seu tio, Ir. Paolo Yamano, tinha uma comunidade e uma livraria em Fukuoka. Em setembro de 1948, Ir. Paulo convidou Maria para servir os sacerdotes e aprofundar o carisma da Família Paulina. A data da chegada de Maria em Fukuoka corresponde a 2 de maio de 1949, exatamente um ano depois, no dia 2 de maio de 1950 com grande expectativa por parte da jovem, chegaram as duas primeiras Pias Discípulas ao Japão: Ir. M. Ilaria Vaia e Ir. M. Cordis Drudi.
Assim, Ir. M. Escolástica Yamano é considerada a primeira aspirante japonesa e é uma das irmãs associadas a um pilar apostólico nos anos de fundação da Congregação no Japão. Com a chegada das Pias Discípulas iniciou o seu caminho formativo regular, entrando no noviciado em Kawaguchi perto de Tóquio no dia 4 de maio de 1953, e fazendo a primeira profissão nesta cidade no dia 5 de maio de 1954; depois fará os votos perpétuos na comunidade Divino Mestre em Tóquio no dia 5 de maio de 1959. Em seus pedidos para prosseguir no caminho formativo, sempre repete de forma antecipada estas palavras: “com firme e livre vontade”. Ela é apresentada nos relatos das formadoras como uma pessoa positiva, simples, orante, fiel e muito generosa.
Ao longo do tempo será seguida no seu caminho como discípula pelas suas irmãs: Ir. M. Bernadette Yamano (1955), Ir. M. Immacolatina Yamano (1962) e Ir. M. Benedicta Yamano (1963), juntas caminharam unidas e com alegria no seguimento do Divino Mestre.
Nos anos 1963-1964 obteve um diploma em arte culinária, que facilitou o serviço que prestou durante muitos anos como cozinheira, grande parte nas casas Paulinas de Fukuoka e Tóquio. Ao longo dos anos, ela também teve a responsabilidade de coordenar a comunidade São Paulo de Fukuoka em 1970 e foi conselheira local em 1981 e 1996. Em 2002 mudou-se para a Casa Divino Mestre em Tóquio para realizar várias tarefas, com a simplicidade dos pequenos do Evangelho comunica também com a sua vida ordinária. Aos 76 anos, escreveu à Madre Geral: “Agradeço-te muito tudo o que faz pelo Japão. Gostaria de comunicar que finalmente decidi usar o aparelho auditivo. Não queria usar porque já estou anciã e é muito custoso, mas com gratidão, faço adesão ao conselho das minhas superioras. De minha parte, continuarei a servir a Congregação em tudo” Tóquio 21.09.2002.
Era disposta a ajudar na cozinha mesmo na velhice, sempre positiva e generosa, ao longo da vida amou o serviço sacerdotal, era apreciada como mãe e apoiadora pelo seu grande coração. Sustentada pela palavra do Fundador, olhava para a Virgem Maria como tinha feito Jesus crescer, sentia a responsabilidade, a missão de colaborar na formação dos jovens, de cuidar deles e era carinhosamente chamada de “mamãe” pelos sacerdotes e discípulos da Sociedade de São Paulo. Ela mesma diz: “Perto dos padres, dos discípulos e dos seminaristas, eu amava e desenvolvia de maneira feliz todas as minhas atividades, como a Virgem Maria que estava sempre com Jesus. Eu alegremente cuidava deles e vigiava, como uma mãe vigia e nutre os seus filhos. Pronunciava palavras gentis de encorajamento aos jovens em formação que tinham problemas vocacionais ou precisavam de ajuda. A minha oferta diária era sempre para eles”.
Sempre sentiu uma profunda pertença ao carisma concebido pelo Fundador, procurando pô-lo em prática. Diz-nos Alberione: “Refletir sobre o ofício que a Virgem Maria teve para com Jesus, para compreender como Jesus vos chamou para uma missão muito elevada, muito semelhante à de Nossa Senhora. Vocês devem olhar para ela a fim de imitá-la e esperar dela ajuda para realizar a vossa missão” APD 46-47 n ° 81;
E prossegue: “Deus não quis que o homem ficasse só: Non est bonum esse hominem solum; faciamus ei adiutorium similar sibi: “Não é bom que o homem esteja só; façamos uma ajudante semelhante a ele.” E então criou a mulher” APD 46-47 n° 82;
Em outro número diz: “Em cada família há o pai que ganha e há a mãe com autoridade moral para comandar os filhos e influenciar a alma do pai, para que o pai e os filhos sejam salvos. Assim na família da Igreja: há Deus Pai, e há Maria que é nossa Mãe e Mãe de toda a Igreja. Esta Mãe não é em si mesma a fonte da graça; é Deus Pai” APD 46-47 n° 83;
E acrescenta: “Maria teve que criar Jesus com seu leite; preparou para ele o alimento, as roupas, o ajudou. Aqui estão os ofícios correspondentes: crescer, alimentar, ajudar. Portanto, grande mérito, todos os dias, a cada instante, sejam os ofícios a serviço do Sacerdócio, exercidos direta ou indiretamente” APD 46-47 n° 87.
Estava desenvolvendo tranquilamente o seu último serviço para os sacerdotes, em silêncio, quando em maio de 2022 se mostrou particularmente sofrida e ficou claro que se tratava de algo sério, foi assim que se descobriu o câncer de pulmão. Passou os seus últimos dias entre o hospital de Jinwakai e o hospital de Sobu, onde havia sido internada; esperava poder retornar à comunidade no dia 10 de fevereiro, dia de seu nome e festa da Congregação, mas, nas primeiras horas da manhã de 6 de fevereiro de 2023, foi chamada ao encontro definitivo com o seu amado Jesus Mestre.
Ir. M. Escolástica Yamano, primeira aspirante japonesa, permanece indelevelmente impresso em nossos corações a gratidão pelo seu sorriso permanente. Rezou pelos padres e irmãos da Sociedade de São Paulo, mesmo na idade avançada; o seu exemplo de serviço e oração mostrou-nos o esplendor da vida consagrada, a esperança, a alegria e a beleza da vida eterna.
Ir. M. Escolástica, convidada para a festa no Céu, nós te invocamos com alegria sem fim e te confiamos a Família Paulina no vasto oriente, especialmente no Japão, lugar de grande desafio para a nossa missão!